Eu não sei o que faço da minha vida" é uma frase que tenho escutado com certa frequência de parceiros, amigos, colegas,como vocês sabem divulgam-se na internet e no Facebook frases de auto-ajuda, dicas de "gurus" e textos (muitas vezes descontextualizados) de autores que fazem reflexões sobre as melhores forma de conduzir as relações sociais e de gerenciar as esferas da vida. Parece que tem muita gente perdida por aí, sem saber que rumo dar para a carreira e para a própria existência.
Às pressões do dia-a-dia, acirramento da competição no mercado de trabalho e outras demandas que consomem nosso tempo e energia, soma-se o excesso de informação e de ofertas de "mudanças milagrosas" nos "estilos de vida" rumo à qualidade de vida e felicidade - muitas vezes, propaganda enganosa: faça isso e seja feliz, venha viver nesse paraíso perto de você, fora as fotos de lugares exuberantes e maravilhosos que vemos todos os dias por aí e que estão "só esperando por você" -, aumentando a confusão e nos dando a certeza de que vivemos um inferno na Terra. Não, não é fácil.
Bom, mas o que isso tem a ver com "administrar a própria vida", ou com "Marketing Pessoal"? Na verdade, tudo!
Tem gente que acha que Marketing Pessoal é falar bem de si mesmo, é se auto-promover. É vestir-se bem, portar-se adequadamente nas diversas situações do dia-a-dia. O Marketing Pessoal PODE ser isso TAMBÉM, mas está longe de se resumir a estratégias de publicidade e propaganda de si mesmo.
Marketing Pessoal é uma ferramenta desenvolvida no campo da Administração e do Marketing que auxilia profissionais a gerenciarem suas próprias vidas e carreiras. Ele parte de um planejamento (como se fosse um "planejamento estratégico" da vida de cada um) e estabelece maneiras de medir resultados, cumprir e monitorar etapas e, claro, atingir objectivos e metas.
Grande parte das pessoas não planeia a própria vida. Vivem o dia-a-dia (às vezes de forma excessivamente hedonista, no estilo "viver cada dia como se fosse o último") e se esquecem de projectar cenários para o futuro; de não somente ter sonhos, mas também de estabelecer passos e condições para realizá-los; de saber que "para cada escolha, uma renúncia", pois não é possível ter tudo e muito menos "ser" tudo. Então, antes de decidir-se, antes de abrir mão de um projecto em prol de outro, antes de agir, pare, pense e planeie. Decida-se. Veja se está convencido de que o caminho escolhido vai levar você aonde quer chegar: quer ter uma vida simples, em meio à natureza? Quer ganhar muito dinheiro? Quer tornar-se um empreendedor, ter o próprio negócio? Ser funcionário público? Alto executivo? Pastor? Chefe de família?
Essas perguntas vão ajudar você a definir os seus objectivos de vida. Defini-los, compreendê-los e desejá-los é o primeiro passo e talvez o mais importante. É onde estará o norte, o destino final. E não significa que não possa mudá-los ao longo do percurso - afinal, mudanças são normais e esperadas - mas essa clareza vai ajudar você a ver se o que você faz aqui e agora é coerente com o que quer e espera da sua vida. Quer um exemplo? Se você é jovem e almeja ser um grande executivo de sucesso e ter muito dinheiro, não vai chegar lá se não se preparar em todos os sentidos: formação académica (estudar e continuar estudando: graduação, especialização, mestrado, doutorado, etc), experiência de mercado (trabalhar em empresas grandes, participar de programas de treinamento), conhecimento (leituras diversas, informações, interesse por áreas distintas do conhecimento para que possa ter uma visão holística do mercado e das organizações...) e atitude (atitude não e receita de bolo! Não é "seja dinâmico e pró-activo)! Significa conhecer-se melhor, desenvolver auto-estima, conhecer e neutralizar fraquezas, desenvolver pontos fortes e.. por aí vai).
Com os objectivos definidos, é hora de trinchá-los em metas qualificáveis e mensuráveis, estratégias e, por fim, as tácticas. Ou seja, o conjunto de acções e decisões do dia-a-dia - as tácticas - precisam fazer parte de uma estratégia maior e bem definida que, por sua vez, vai guiar até o alcance de uma meta previamente estabelecida. Assim, se hoje você estuda medicina, essa é uma das acções que fazem parte de uma estratégia de tornar-se médico e especializar-se em medicina estética para abrir sua própria clínica. Nesse caso, a meta poderia ser, por exemplo, empreender. Ela pode se desdobrar em inúmeras estratégias e acções, umas mais e outras menos importantes.
Você sabe administrar a sua vida?
Saber gerenciá-la não significa ganhar rios de dinheiro ou ter uma carreira brilhante. Não é isso, não há fórmulas de sucesso. Gerir a própria vida é ser coerente; é definir aquilo que se quer e agir para conseguir, para conquistar. É estabelecer um norte e traçar caminhos para chegar até lá, ainda que haja mudanças ao longo do percurso. E é bom que haja, pois a vivência e o aprendizado nos mostra novos caminhos e novas verdades, precisamos estar abertos a elas. Assim, fica mais fácil, inclusive, superar obstáculos.
Muitas vezes, as chamadas "crises existenciais", as confusões e conflitos internos pelos quais passamos, acontecem justamente porque não temos isso claro: o que queremos? O que é essencial para mim e para minha vida profissional, ou pessoal? O que pesa mais, dinheiro ou família?
Comece por aí e tome as rédeas da sua própria vida!
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