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agosto 2014 Arquivos

terça-feira, 19 de agosto de 2014

FILOSOFIA DA ADMINISTRAÇÃO

agosto 19, 2014



INTRODUÇÃO

Desde que o homem primitivo começou a reflectir sobre suas acções, tem-se os primeiros rudimentos da filosofia, isto é, o esforço para entender os fatos e acontecimentos a sua volta, entretanto para efeito de estudo sistematizado, aceita-se que a Filosofia Ocidental surge nas colónias gregas da Ásia Menor, representando um enorme avanço no desenvolvimento do homem em relação ao seu passado. Surgiu no momento em que o ser humano se tornou Auto consciente, contrapondo-se as explicações mitológicas dos deuses gregos de até então.

Buscar conhecer como são as coisas da vida através da filosofia para entender racionalmente o mundo, eis a pretensão da filosofia. Com base em tal pretensão, grandes descobertas ocorreram. Ao se reportar a história constata-se que, praticamente, todos os povos da antiguidade desenvolveram formas diferentes de saber. Os indianos e muçulmanos desenvolveram a matemática e a astronomia; os egípcios a trigonometria; os romanos, a hidráulica e o direito; os gregos além de desenvolverem geometria, a mecânica, a lógica, a astronomia, sistematizaram filosoficamente as condições de formação do conhecimento e assim por diante.

A ética sempre fez parte da filosofia, tendo como seu objecto de estudo a moral, o dever fazer, a qualificação do bem e do mal, a melhor forma de agir colectivamente.

Procura estabelecer princípios e universalmente válidos de valorização e condução na vida. Entretanto, cada época histórica possui uma determinada moral.

A partir do momento em que a ciência e a tecnologia começaram a ocasionar enormes riscos de malefícios à natureza e à humanidade, através de acontecimentos como a explosão das bombas atómicas (que destruíram Hiroshima e Nagasaki no final da II Guerra Mundial); contaminação de lagos, rios, mares e alimentos por substâncias tóxicas; ocorrências de danos ecológicos; exploração abusiva de florestas; poluição ambiental; desastres nucleares como o de Chernobyl; guerras bacteriológicas; clonagem; manipulações genéticas; a ética adquiriu novo relevo vindo a ocupar a mente e os debates de muitos cientistas e dos seres humanos.

As imensas transformações no mundo da tecnologia implicam num processo vertiginoso de transformação social, no que se refere às mudanças do modo de pensar em uma nova dimensão antropológica. O impacto da globalização da tecnologia é mundial. Como exemplo, as consequências que podemos ter da aplicação ilimitada da engenharia genética, não apenas aplicada aos animais e plantas, mas ao ser humano. Este fato já implica na busca de uma nova concepção de ser humano. O questionamento estende-se a muitos sectores da actividade humana e está se transformando num questionamento cada vez mais radical, também nas estruturas das instituições sociais, políticas e económicas de um país.

Hoje, se vive na era da globalização. O mundo se tornou uma aldeia global. Passou-se do Estado-Nação para o Estado-Mundo. As concepções de mundo são adaptadas para essa nova ordem mundial. Surgem ONG's, esoterismos, a filosofia se presta a um novo papel, não mais de integrar o indivíduo ao Estado, como no mundo grego antigo, mas sim, de propor novas formas de conceber um individualismo, o individualismo humanitário que parece estar se acentuando com a ideia do voluntariado social, tanto por parte dos sujeitos quanto das organizações e dentro do processo administrativo tem-se: História, Teoria do Conhecimento, Ética.

As teorias administrativas só podem ser entendidas através dos diferentes períodos históricos voltados predominantemente para uma Teoria do Conhecimento e uma Ética. Sem eles se torna praticamente impossível entender as diferentes modelos organizacionais.

Historicamente, as teorias da administração surgem em meados do século XIX com o surgimento do modelo capitalista. A ideologia capitalista tem no lucro a força motriz do sistema.

Anteriormente a esse período, as economias feudal, mercantil e artesanal da Idade Média estavam subordinadas à ideologia religiosa católica e, por conseguinte, a moral cristã medieval.

Portanto, para se entender a filosofia das empresas é necessário, antes de mais nada, ter consciência da importância do trabalho na vida humana e as actividades correlatas desempenhadas pelo executivo nas organizações. Ter noções de alguns pressupostos da ética protestante é o primeiro passo para se situar as teorias da administração.

As teorias presentes no universo da gestão empresarial sejam elas, a Teoria Científica de Taylor, A Teoria Clássica de Henry Fayol, A Teoria das Relações Humanas, a Teoria Comportamentalista, a Teoria da Informação, a Teoria Holística possuem fundamentos filosóficos e que respondem às questões essenciais da existência humana.


Ciência e filosofia: semelhanças e diferenças

Esta actividade humana bastante complexa a qual se denomina "ciência" – que se constitui como um dos fenómenos culturais mais importantes em nosso tempo – envolve muitas pessoas e muito dinheiro em um processo do qual resulta um tipo especial de saber, que é mais sistematizado, com maior alcance, com maior precisão e controlável intersubjetivamente. Para obter esse resultado, a ciência deve trabalhar com um objecto recortado, ter um método, uma linguagem, prezar pela democracia e pelo controle.

Por recortar um objecto se deve entender delimitá-lo, precisá-lo, restringir o escopo de interesse em relação à realidade. Isso está directamente vinculado à clareza do problema de trabalho. A actividade científica específica, ou seja, a que realmente se leva a cabo – em oposição a, por exemplo, a actividade científica de uma disciplina específica, que pode ser definida como o resultante de todas as actividades científicas específicas desta disciplina (Com essa diferenciação não se pretende mais que deixar claro a importância de restringir o objecto de estudo até que seja possível tratá-lo com o rigor e a precisão que caracterizam a actividade científica. Não se pretende com isso tomar posição sobre qualquer outra discussão possível sobre este tema.) –, para que seja possível, deve limitar-se a uma pequena parcela da realidade. Cada pesquisa trata de uma parte do mundo da disciplina a qual pertence. A Biologia, a Química e a Física (dentre outras) trata cada uma de uma parte do mundo das ciências naturais; a Administração, a Economia e a Sociologia (dentre outras) tratam cada uma de uma parte do mundo das ciências sociais. As ciências naturais e as ciências sociais tratam cada uma delas de uma parte do mundo das ciências empíricas.

A lógica e a matemática tratam cada uma delas de uma parte do mundo das ciências formais. As ciências formais e as ciências empíricas tratam cada uma de uma parte do mundo, que é o objecto da ciência – global, que, mesmo com essa classificação hierárquica de múltiplos níveis, engloba todas as pesquisas específicas.

O método é o conjunto de estratégias que os cientistas usam em suas actividades de pesquisa. Trata-se de um conjunto de normas que versam sobre o processo de construção do conhecimento, sendo que concebe esse processo como constando de quatro etapas: a de observação, a de formulação de hipóteses, a de fazer previsões, a de verificar se realmente se deu o previsto (Evidentemente que esta apresentação do método científico é bastante simples e geral. Contudo, parece servir para o objectivo presente.). O método explicita o caminho a ser percorrido ao longo do trabalho de pesquisa e assim permite que o cientista foque suas energias somente no desenvolvimento de seu trabalho sem precisar dar conta de questões Meta teóricas.

A linguagem de uma ciência expressa seu marco teórico referencial e se distingue da linguagem de outras ciências na medida em que está também restringida, como no caso do objecto, a uma parte específica da realidade. Evidentemente que as ciências apresentam teorias que se relacionam – apresentam vínculos, estão ligadas –, o que permite, em certas circunstancias, que certos conceitos façam parte de mais de um marco teórico referencial, ou seja, que estejam presentes em mais de uma teoria, que podem ser cada uma de uma ciência distinta. Isso mostra que uma demarcação rigorosa entre as ciências talvez não seja possível; contudo, há uma linguagem que marca o conjunto de teorias físicas, o conjunto de teorias biológicas, o conjunto de teorias económicas e visivelmente não são similares.

A democracia refere-se ao fato de que toda teoria deve ser apresentada em termos de uma língua de domínio público (nada de uma linguagem que somente alguns "iniciados" possam entender) e de um modo padrão – dado pelas instituições responsáveis pelas normas técnicas para a apresentação de trabalhos científicos. Isso garante que qualquer pessoa, dadas algumas condições básicas (Muitas vezes o grau de complexidade de uma teoria, por exemplo, exige o estudo de algumas coisas, tais como algo de matemática, algo da própria disciplina em questão etc.), possa entender o que está sendo apresentado. O conhecimento científico deve ser de acesso universal (Evidentemente que aqui esta afirmação atinge apenas o aspecto citado, pois não é objectivo deste trabalho discutir a "democracia" em seus outros âmbitos de aplicação em relação ao conhecimento científico.).

As actividades científicas devem por fim, ser controladas. Isso significa que uma experiência científica deve poder ser repetida a fim de que se possa comprovar o que a teoria afirma. Isso ajuda em muito para que o conhecimento científico seja sistematizado, com maior alcance, com maior precisão e controlável intersubjetivamente.

A filosofia, por sua vez, é costumeiramente definida como amor ao saber. Como uma primeira aproximação uma vez que valoriza todo um aspecto histórico que remonta a filosofia grega, pode ter validade. Contudo, é importante buscar algo mais explicativo. Nesse sentido, pode ser aceitável dizer que a filosofia é o estudo das concepções de mundo que a humanidade teve, por exemplo, ao longo de períodos – como a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea – e como se deu o processo de passagem de uma concepção a outra (Aqui se admite como filosofia a tradição que se iniciou com os gregos pré-socráticos. Com isso não se pretende dizer que antes disso e em outros povos não exista filosofia.). Trata-se de uma apresentação interessante, mas claramente generalizada. Seria de proveito ver a filosofia como uma actividade humana que, como à actividade científica, busca a verdade e tem o mundo como objecto, mas se diferencia desta à medida que – em vez de ter objeto recortado, método, linguagem, democracia e controle – se caracteriza por se constituir de discussões conceituais acerca de questões estruturais para as quais ainda não existe um modo sistemático de responder. A pergunta "Qual é a causa do câncer?" é uma pergunta científica. Já a pergunta "Qual é a natureza da causalidade?" trata-se de uma pergunta filosófica.

A filosofia forja os instrumentos que a ciência utiliza em suas actividades. Perguntando sobre o ser das coisas (ontologia), sobre a possibilidade do conhecimento (gnosiologia), sobre o modo como as coisas são apresentadas (estética), perguntando sobre o agir das coisas (ética), a filosofia cria o conjunto de conceitos com os quais entendemos o mundo, ou seja, a filosofia suporta a cada tempo, a concepção de mundo de então.

Em cada concepção de mundo há uma preocupação central, uma concepção de homem, uma concepção da natureza, um tipo de relação com o transcendente, uma instituição hegemónica. A filosofia trata destes conceitos e das estruturas de mundo
que lhes são pertinentes.

Como amor ao saber a filosofia busca entender o passado e presente em busca de poder colaborar com um futuro melhor. Forja conceitos quando seu escopo de ideias não é suficiente para chegar a uma solução para as questões estruturais da existência humana. Nesse processo, vai deixando um rastro, um caminho que vira estrada. Neste ponto nasce a ciência! Assim se deu, por exemplo, com a Biologia. A vida já foi um dos ais importantes problemas filosóficos e hoje é uma ciência com varias divisões e subdivisões. Neste processo há também a contrapartida da ciência, que quando atinge seu limite retorna para a filosofia uma série de questionamentos. Esta relação entre filosofia e ciência faz de cada ciência específica (Pode ser que se passe o mesmo com cada ramo da filosofia em relação à ciência.) herdeira da filosofia.


Concepções de mundo

No que se refere à Administração, este processo que leva as ciências específicas a herdarem elementos de seu marco teórico da filosofia, se inicia com os primeiros filósofos gregos. Os pré-socráticos, ao observarem o ambiente ao seu redor, que o mundo segue uniformidades universais e necessárias, ou seja, são ordenados. Logo na sequência, Platão e Aristóteles tratam de explicar essa ordem natural e, além disso, aplicar a noção de "ordem" à perspectiva relacional da existência humana.

Deste modo se consolida a concepção de mundo tanto natural quanto social, que é a base teórica da cultura ocidental. Platão e Aristóteles estão inseridos no período de apogeu da cultura grega, que com a invasão de Alexandre e com a corrosão pela corrupção presente na sociedade grega, acaba por colapsar.

Agora o grego não tem mais poder sobre os rumos da cidade, pois as decisões pertencem ao imperador. Ao grego, que perdeu todas referencias e vive num mundo e numa condição totalmente nova, resta o poder sobre si mesmo, ou seja, sobre sua conduta. O período pós-socrático é marcado então pela reflexão ética.

A Idade Média apresenta uma situação bastante diferente. Com a queda do Império Romano no Ocidente, o mundo medieval se fragmentou e a economia, por exemplo, teve como modelo o feudalismo baseado na origem divina da propriedade; politicamente, as relações se consolidam segundo o binómio senhor/vassalo num contexto em que o clero possuía muitas terras e o imperador era cristão. Portanto, com a igreja cristã sendo a instituição hegemónica, o conhecimento importante era o conhecimento metafísico, tendo a lógica como sua principal ferramenta. Trata-se de uma cultura transcendentalista onde moral e lei estão baseadas nas virtudes teologais e o indivíduo é concebido como fiel.

A Idade Moderna, depois do rompimento com os padrões medievais, apresenta uma estrutura de mundo que é visivelmente distinta das anteriores. O modelo económico é capitalista com base nas ideias de livre iniciativa e lucro pessoal; é o tempo das discussões políticas, do surgimento da burguesia individualista e das monarquias absolutistas; o conhecimento está agora focado na astronomia e na experiência com o mundo material. Neste período a instituição hegemónica passa a ser a Coroa, que é o ícone do domínio individual e a base para a lei e a moral, que agora dependem da vontade do monarca. Nesta cultura individualista o indivíduo é concebido como um súbdito.

A Idade Contemporânea, mesmo sendo – em comparação aos demais – um período de tempo relativamente pequeno, por conta de sua complexidade, deve ser divido ao menos em duas partes. No século XIX, primeira parte deste período, o socialismo surge como uma reação ao capitalismo forjado no período anterior e nascem os direitos sociais; no que se refere à política, a ideia de república consolida a ideia de "coisa pública" e a burguesia firma seu espaço na estrutura social. O conhecimento se orienta para o Direito e para a Sociologia. É o tempo da cultura social e do Estado Político como instituição hegemónica e base para a lei e a moral. O século XX, segunda parte deste período, é o tempo da economia de mercado; na política firmasse o Estado Económico com a divisão social feita de acordo com o poder aquisitivo; o conhecimento orienta-se para a tecnologia. A cultura é caracteristicamente materialista e a lei e a moral dependem da instituição hegemónica que agora é a empresa produtiva, o que leva o indivíduo a ser concebido como um produtor.

O breve relato histórico mostra que a cada tempo é marcado por uma concepção de mundo. A mudança de concepção se dá porque surgem novas situações e com elas novas necessidades, inclusive de novos instrumentos (conceitos) que sejam úteis param o entendimento do mundo. Os gregos necessitavam explicar a ordem natural e a ordem social. Na cultura medieval a necessidade estava em fazer a mediação entre a revelação divina e a realidade deste mundo.

Na Idade Moderna tem-se a necessidade de reconstruir, fazendo uso da razão, toda a concepção de mundo – que agora não pode mais estar baseada em forças transcendentais. A tecnologia e as novas conformações sociais exigem da filosofia contemporânea um apurado exercício de fundamentação teórica dos processos gerenciais referentes principalmente a fenómenos políticos e económicos.


Herança

A filosofia consegue vencer esses desafios justamente pelo fato de que cria instrumentos (conceitos) que permitem ver a realidade de um modo distinto.

Platão, por exemplo, postula a divisão do povo grego em três grupos: o primeiro seria constituído de pessoas com alma de bronze, as quais deveriam dedicar-se à agricultura, ao comércio e às tarefas manuais; o segundo grupo seria constituído de pessoas com alma de prata, as quais deveriam dedicar-se à guerra e a defesa da cidade; por fim, o terceiro grupo seria constituído de pessoas com alma de ouro, as quais deveriam dedicar-se a (preparar-se para) governar a cidade. Neste contexto estão presentes as ideias de hierarquia, função e capacidade. A sociedade está em ordem quando cada um executa sua função de acordo com a hierarquia existente. Estes aspectos destacados da filosofia de Platão são vistos na Administração Científica por meio de seus três princípios:

a) Principio de preparo: fazer selecção de colaboradores atentando para suas habilidades e capacidades de produzir mais e melhor no método escolhido para a produção. Cada pessoa tem um conjunto de capacidades que pode servir para certar actividades e não servir para outras:

b) Principio de controle: vigilância sobre as acções para assegurar que a
produção se dê de acordo com o estabelecido. Um bom exemplo da utilidade da noção de hierarquia;

c) Princípio de execução: distribuir diferentemente as acções e as responsabilidades para que o processo esteja de acordo coma disciplina estabelecida.

Outro pensador que colabora em muito com a actividade administrativa é Descartes. Em seu Discurso do Método são apresentados quatro preceitos que constituem o fundamento da construção do conhecimento.

a) Primeiramente, devemos receber toda a informação sem filtrá-la, somente examinando sua justificação e racionalidade. Trata-se de investigar de investigar a veracidade e a procedência da informação, aceitando somente aquilo que é evidente;

b) Analisar o tema em questão fraccionando-o em quantas partes for necessário. Ao fracionar, por exemplo, um grande problema, tem-se melhores condições para analisar e, se for o caso, fazer as devidas experiências;

c) Fazer a síntese por meio da elaboração ordenada e ampla das conclusões. Deve-se começar pelos objectos menos complexos para, gradativamente, chegar aos que apresentem maior complexidade;

d) Por fim, sempre com preocupação em relação à coerência geral, deve-se numerar e revisar cuidadosamente as conclusões.

Esses preceitos cartesianos apresentam a base para ideias como a divisão do trabalho e controle. Se os gregos pré-socráticos apontam para o fato de que o mundo é ordenado, Descartes mostra que essa ideia (ordem) pode estar presente também na construção do conhecimento e na acção humana. Em processos produtivos, por meio da divisão do trabalho, tem-se a especialização e uma melhor possibilidade de controle do processo específico de cada etapa da produção. Portanto, se a coerência geral é observada no planejamento do processo produtivo, o que se tem é uma planta produtiva ordenada e, por isso, consistente.

Na Administração Científica se pode ver claramente a presença do pensamento mecanicista cartesiano, pois nesse tipo de administração, observa-se que:

a) A empresa é concebida como uma máquina que, com uma engrenagem formada pela relação entre sectores, funciona de modo equilibrado e coerente;

b) A especialização de colaboradores em determinada função, por exemplo, na
linha de montagem faz com que o colaborador seja visto como uma peça da engrenagem da máquina produtiva;

c) A concepção do indivíduo como produtor, sem levar em consideração as demais perspectivas de sua existência;

d) As relações são baseadas em prescrições e descrições, consolidando a hierarquia de forças dentro da empresa.

Desde o surgimento da filosofia grega as bases conceituais da cultura ocidental está sendo forjada. Dentre muitas contribuições, foram salientadas as de Platão e Descartes. O primeiro com, pelo menos, as noções de hierarquia, função e capacidade; o segundo ao discutir a construção do conhecimento, apresenta um modelo que acção que pode ser adaptado ao modelo produtivo. Já no século XX, a contribuição da filosofia é um pouco distinta. Uma vez que a concepção de mundo baseada na ciência já está consolidada e que a construção do conhecimento se dá de um modo que faz se crer em sua consistência, o foco do exercício filosófico se alarga. A preocupação com a sociedade continua como também a preocupação com a existência humana; porém, a reflexão sobre o conhecimento ganha destaque pelo fato de que surge uma nova forma de concebê-lo. Se a Idade moderna, com Descartes, Newton e outros, sentou a base para a segurança que se tem em relação ao conhecimento científico, o pensamento de Popper suscitou, ao menos, um pouco de desconfiança em relação ao modelo moderno.

Popper defende a ideia do falseacionismo. Não se pode saber se quando se tenha chego ou não a verdade. O que realmente acontece é que as teorias seguem funcionando como instrumentos para explicar fenômenos e então se segue fazendo uso delas. Contudo, é possível que chegue um tempo em que uma teoria que se use seja refutada. Desse modo, Popper inverte a lógica sobre o conhecimento, pois antes a busca era pela verdade comprovada e agora a busca é pelas evidências das limitações da teoria, sua refutação. Em outras palavras, antes a busca era por provar que a "coisa" é de determinado modo; agora, a busca está focada no contraexemplo, ou seja, mostrar que o mundo não é como diz a teoria.

Esta mudança mostra ao administrador o quanto é dinâmico o mundo do conhecimento e como não se pode ter um embasamento completamente sólido (estático). O ato de administrar caracteriza-se por exigir oi constante exercício de examinar e reexaminar métodos e processo para garantir a pertinência das rotinas adotadas. O conhecimento construído em ciências sociais deve levar em consideração a situação, ou seja, não é imune a determinantes específicos de cada contexto.

Com Popper se aprende que o conhecimento não se justifica absolutamente, mas está presente, por exemplo, no processo administrativo como um instrumento que por agora está suprindo as necessidades, mas que pode ser mudado a cada vez que não conseguir mais suprilas. Por vezes alguns fatores (internos ou externos) causam mudanças na cultura organizacional e o controle passa a ser mais difícil; isto exige uma flexibilidade, expressa na abertura para o diferente, em relação aos pressupostos que tem o administrador.


Considerações Finais

Na era da globalização, das novas tecnologias, no mundo digitalizado. Tudo isso levou à necessidade do conhecimento contínuo, do aprendizado permanente, da especialização.

As exigências para o trabalho são bastante diferentes da época Taylorista, na qual os operários possuíam baixíssima qualificação e não havia mesmo praticamente necessidade desta.

O aparecimento da psicologia no processo de gestão organizacional nos anos 30, pouco tem a ver com a visão de mundo hoje, bem mais individualista e competitiva.

Como deve ser filosoficamente esse novo homem?

Tem-se, também, os chamados modismos: o processo de gestão empresarial recebe os impactos da cultura em que está inserido. A mitologia está presente na Administração através de consultas astrológicas, numerológicas e outras práticas mágicas adotadas por algumas empresas.
Na década de 80, a Filosofia Oriental esteve continuamente presente no mundo dos negócios com a aplicação da Teoria Z de origem japonesa.

Após ver algumas características da ciência e da filosofia, em que pese às diferenças, é possível ver que existe uma relação entre essas formas de saber de tal modo que se dá uma dinâmica onde a filosofia municia a ciência com conceitos e esta última municia a primeira com questões para as quais não tem uma base conceitual para trabalhar.

Assim, cada etapa da civilização ocidental, a partir de suas necessidades, forja novas formas de ver o mundo, do que resulta o surgimento de novos conceitos e novas formas de saber, filosofia e ciência respectivamente. Neste contexto, a partir de Platão, Descartes e Popper (e poderia ser Aristóteles, Agostinho de Hipona, Guilherme de Ockham, Newton, Kepler, Rousseau, Maquiavel, Hegel, Nietzsche, Wittgenstein e tantos outros), foi destacada a contribuição da filosofia para a Administração, esta ciência social de tamanha importância em nossos dias.

Com isso aponta-se para o fato de que também a Administração, como uma ciência, é herdeira da filosofia. Propondo-se um estudo mais específico da construção do saber administrativo ao longo de sua história. Parece ser o caso de que este estudo deva regressar a tempos anteriores a consolidação do saber administrativo como um saber científico. Eis um caminho a ser trilhado...



REFERÊNCIAS


BALZER, Wolfgang; MOULINES, C. Ulises; SNEED, Joseph D. An Architecture for
Science. The Structuralist Program. Dordrecht: Reidel, 1987.

Bazanini, Roberto. Filosofia da Administração. Texto adaptado. Disponível em: < http://www.casadosite.com.br/bazanini/baza52./> Acesso em: 05.abril. 2010.

CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. São Paulo: Makron Books, 1996.
SANTOS, A. R. Ética: caminhos da realização humana. São Paulo: Ave Maria, 2001.


SEARLE, J. R. The Future of Philosophy. In: Phil. Trans. R. Soc.
Lond. B (1999) 354, 2069-2080.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

COMO CONSEGUIR ATINGIR OBJECTIVOS NA SUA VIDA

agosto 01, 2014



CONSTRUIR O PROCESSO DE REALIZAÇÃO DO OBJECTIVO

Saber o que você quer é um processo fundamental para ter sucesso na sua vida. Igualmente importante é ter a certeza se aquilo que pretende alcançar vale realmente a pena, de tal forma que ficará satisfeito quando o alcançar. Você achará isto útil quando elaborar a série de perguntas que lhe permitirão desenvolver os seus objectivos, de forma que valham a pena e estejam alinhadas com a pessoa em que pretende transformar-se.

SELECCIONE UM OBJECTIVO ESPECÍFICO

Primeiro, o que é que você quer? Independentemente do que você pretenda obter, alcançar ou desenvolver, de que forma você pensa acerca do seu objectivo? Você pensa no seu objectivo como sendo fácil de alcançar ou de uma forma que seja quase impossível de alcançar? O que proponho a seguir irá permitir-lhe ter a certeza que pensa o seu objectivo de tal forma que irá achar que o alcançará de forma fácil.

DECLARE O OBJECTIVO DE FORMA POSITIVA

Verifique se o seu objectivo é indicado em termos do que você quer, e não aquilo que você não quer. Por exemplo, se o seu objectivo é “Eu quero que os meus colegas de trabalho parem de se lamentar, ” ou ” Eu quero parar de me sentir mal quando as minhas propostas não são aceites,” ou “Eu não quero falar tão rápido durante as minhas apresentações,” você está pensando naquilo que não quer que aconteça. Você deverá transformar essas declarações naquilo que você quer. Deverá dizer: “Eu quero que os meus colegas de trabalho se responsabilizem pelas suas tarefas.” “Eu quero aceitar o feedback como uma oportunidade de melhorar as minhas propostas e formas de comunicação.” “Eu quero estar ciente da minha voz enquanto falo e ser flexível o suficiente para fazer ajustes sempre que necessite.

Sempre que pensamos sobre aquilo que não queremos, ou aquilo que queremos evitar, na grande maioria das vezes criamos exactamente isso mesmo nas nossas vidas, dado que é nisso que a nossa mente se foca. Pare de se orientar por aquilo que não deseja que lhe aconteça. O nosso organismo, a nossa mente necessita de indicações directas e precisas para realizar uma tarefa ou focar-se em algo, por este motivo, aquilo que pensamos ou dizemos deverá estar sempre alinhado com a obtenção positiva do resultado. Deverá ser declarado o mais específico possível, para que nos possamos certificar que é exactamente esse resultado que estamos a criar.

Dica: Alterar as suas declarações internas e/ou pensamentos daquilo que não quer fazer ou que não quer que lhe aconteça, para aquilo que quer ou pretende que lhe aconteça, é uma mudança simples que fará uma enorme diferença na obtenção dos resultados.

O OBJECTIVOS DEVERÁ DEPENDER DE SI PRÓPRIO

Certifique-se que declara o seu objectivo de uma forma em que a obtenção do mesmo dependa de si próprio. Se o seu objectivo depender de outras pessoas, irá necessitar igualmente que essas pessoas mudem. Você ficará numa situação muito mais vulnerável. Não quero com isto dizer que não existam situações em que dependemos de alguma forma do trabalho de outros, no entanto sempre que lhe seja possível é importante que formule os seus objectivos de forma a que seja capaz de os alcançar, independentemente do que as outras pessoas fizerem. Isto pode parecer demasiada pretensão ou auto-centramento, por isso vamos tentar perceber melhor esta ideia através de alguns exemplos:

Vamos partir do principio que o seu objectivo é: “Eu quero que o meu chefe pare de me criticar.” Dado que isto depende de uma mudança no comportamento do seu chefe, é algo que está fora do seu controlo. Este objectivo deixa-o numa posição vulnerável, depende da mudança do seu chefe. Se você reformular, ficará assim: ” O que é que eu posso fazer, que irá permitir manter-me capacitado, independentemente daquilo que o meu chefe pensar?” Isto irá colocá-lo no comando do seu objectivo. Isto irá transmitir-lhe um sentimento acerca do seu próprio valor e capacidade para agir, mesmo quando o seu chefe o criticar.

COMO SABER SE ALCANÇOU O SEU OBJETIVO?

Como é que você saberá se alcançou o seu objectivo? Algumas pessoas têm dificuldade em saber se alcançaram o seu objectivo ou não. Isto acontece porque não têm uma forma de medir se o seu comportamento no dia-a-dia está a fazer com que se aproximem ou se afastem do seu objectivo. No mundo esportivo a avaliação da performance ou do resultado é uma preocupação e de igual forma um meio muito utilizado pelos treinadores e atletas para se certificarem se os seus objectivos caminham em direcção daquilo a que se propuseram. Medir ou analisar as nossas acções face ao resultado é um factor preponderante para a obtenção bem sucedida dos nossos objectivos.

Todos nós necessitamos de ter a certeza que estamos no caminho do nosso objectivo, em que ponto nos encontramos e o que é que ainda é necessário fazer para continuar a trabalhar. É igualmente importante, sabermos se já chegámos onde queríamos. Saber se alcançámos aquilo que pretendíamos é importante, dado que necessitamos de sentir a satisfação de alcançar o resultado desejado. Por exemplo, um dos seus objectivos talvez seja ter mais sucesso. Se você não tem evidências sensitivas específicas, o que é que irá ver, ouvir ou sentir acerca do que ser “bem-sucedido” significa para você? Você pode trabalhar toda a sua vida para ser bem-sucedido e até alcançar óptimos resultados, sem nunca sentir o “sucesso”. Você pode definir sucesso, como obter o sorriso de alguém, obter um determinado emprego, alcançar um determinado salário, ou qualquer outra coisa mais específica, mas se você não o definir, não o obterá.

SELECCIONE ONDE, QUANDO E COM QUEM QUER ALCANÇAR O SEU OBJECTIVO

É muito importante pensar acerca de quando é que você quer ou não quer o seu objectivo. Por exemplo, se o seu objectivo é sentir confiança, você quer sentir-se confiante sempre? Você quer sentir confiança para pilotar um avião, mesmo não tendo qualquer tipo de treino? Por vezes cometemos o erro de querermos sentir uma determinada sensação a maioria do tempo, quando nem sequer acreditamos conseguir tê-la. 

Sentir-se confiante quando você tem o treino e capacidades adequadas, torna essa confiança sólida e apropriada. Com isto garantido, poderá explorar toda a panóplia de outras possibilidades de sentimentos na sua vida, incluindo: curiosidade, desejo, competitividade, compaixão, tenacidade, amor, e muitos outros.

À semelhança de um atleta que treina canoagem, e sente-se confiante para enfrentar alguns rápidos num rio agitado, por certo não sentirá a mesma confiança se necessitar de fazer escalada. É muito mais fácil para cada uma de nós alcançar um objectivo quando temos cuidado sobre onde, quando, e com quem será apropriado.

CERTIFIQUE-SE QUE O SEU OBJECTIVO É ECOLÓGICO

Por vezes com a pressa de atingir o nosso objectivo, podemos perder o controlo do resto da nossa vida. Isto pode verificar-se de forma muito vincada nas expressões “faço o que for preciso” ou “a qualquer custo”. Por certo as pessoas que enveredaram por este tipo de pensamento, terão uma história muito diferente para contar. Por vezes o seu passado é um calvário de relacionamentos mal sucedidos, amizades perdidas, Desencontros com a vida. Quando finalmente são bafejados com o sucesso, sentem-se incapazes de o gozar porque as suas vidas foram singularmente dedicadas a essa tarefa, e com o sacrifício de muitas das coisas que tornam a vida significativa.

Leve em consideração as pessoas que reconhece como significativas para a sua vida. Como é que a obtenção dos seus objectivos afecta essas pessoas. Considere as questões positivas e negativas. Irá o seu objectivo inibir outras responsabilidades na sua vida? Irá mudar a forma como se relaciona com os seus colegas de trabalho, amigos ou família?

Dica: Descobrir as dificuldades, os prós e contras que irá encontrar na realização do seu sonho, não deverá dissuadi-lo, mas permitir-lhe, de forma antecipada, preparar-se para o alcançar.

CRIE UMA VISÃO FUTURA ENTUSIASTA

Defina o que deseja. Pense onde quer estar no futuro, crie uma imagem disso. Repare nos pormenores, nas cores, na forma, imagine com o máximo de detalhes, como se de um filme se tratasse.

Veja-se no futuro a desempenhar o papel escolhido. Esta imagem do futuro acontece onde, em que circunstâncias, que sensações lhe transmite? Coloque-se na situação e viva-a mentalmente por alguns minutos vendo-se a atingir o seu objectivo. É como se o futuro estivesse mesmo ali, perto, brilhante e colorido. Observe e ouça todos os detalhes como se estivesse envolvido de uma forma prazerosa.
Forme o seu objectivo de maneira funcional. À medida que se visualiza a desempenhar o papel escolhido de uma forma extraordinária, use a seguinte lista de seis condições imperativas para formar de maneira funcional o seu objectivo:

O objectivo que você vê é positivo. É acerca do que você quer e não do que evitar.
Você quer alcançar esse objectivo. É um “quero” e não um “tenho.”
Você é aquele que o pode realizar, e não outra pessoa qualquer.
Você consegue realizá-lo, não é impossível.
O objectivo é específico, não é geral.

O objectivo é ecológico: Você consegue antecipar o efeito do objectivo e certificar-se que é positivo para os outros afectados pela sua realização.

Crie uma imagem entusiasta. Agora use um conjunto de efeitos especiais visuais na sua visualização, como se visse a si mesmo a alcançar o objectivo no futuro. Centre-se no seu corpo e nas suas emoções e verifique que sentimentos está a experienciar. Você pode visualizar vários cenários para ver diferentes coisas a acontecerem em diferentes situações que estejam relacionadas com o objectivo. À medida que a imagem do objectivo vai ficando mais real na sua mente é natural que sinta isso no seu corpo através da emoções. Leve o tempo que necessitar e goze a visualização da realização do seu objectivo. Perceba que é você que está a criar, dirigir e a tornar-se no seu objectivo.

Observe a plataforma. Preste atenção naquilo que alcançou e quão atractivo é construí-lo. Perceba que existe uma plataforma que liga o momento presente a esse futuro particular. É como que uma plataforma através do tempo. Em psicologia podemos chamar de perspectiva temporal de futuro. Uma visão ligada por um conjunto de percepções e sensações que o orientam na caminhada do seu objectivo. É necessário conseguir ver para onde caminha, e se o futuro não existe na realidade é necessário orientarmo-nos de forma imaginada.

Não deixe de criar a sua visão futura por lhe parecer um exercício fora da realidade. Na verdade é isso mesmo que se pretende, que crie imagens mentais daquilo que quer atingir ou que lhe aconteça no futuro. Por certo não é o fato de imaginar o seu futuro que ele se materializa, no entanto aquilo que mais fez avançar a humanidade foi a capacidade de o Homem conseguir pensar o mundo que o rodeia na sua mente, antecipando resultados, acontecimentos e situações. Toda e qualquer realização nasce de uma ideia que foi pensada, imaginada e projectada no futuro. Depois para que ela se materialize é necessário passar à acção.
Dica: A acção é energizada pela ideia que se tem acerca daquilo que pretendemos alcançar, e igualmente da forma como vamos alcançar.

E VOCÊ TEM TENDÊNCIA PARA SE AFASTAR OU APROXIMAR DO SEU OBJECTIVO?


Afastar-nos ou aproximar-nos dos nossos objectivos é algo que acontece com todos nós. No entanto, nem todas as decisões e estratégias que usamos estão corretas ou nos ajudam a chegar onde desejamos. Partilhe as suas experiências e participe deste debate! Comente!